A fé cristã Vs. O estudo científico

        A questão ciência x religião, é uma polêmica longe de ter um fim, afinal, como apresentamos no texto anterior, existem conceitos, que levam a dividir a sociedade em solução e crime. 
        Para a Igreja Católica e uma parcela dos evangélicos, a vida está num embrião congelado, ainda que este nunca conheça um útero. Para Hermano Paes Viana, pai de Hebert Viana ''Os órgãos religiosos influenciam as decisões com base em equívocos tremendos. “Se as células congeladas são vidas, deveriam ser batizadas e enterradas, em vez de serem jogadas fora”. 
        Em fevereiro de 2001 Hebert Viana (cantor), sofreu um acidente de ultraleve, levando a ficar paraplégico, além de morte de sua mulher Lucy Needham. A partir daí houve uma mudança geral na família Viana que passou a assumir papeis inimagináveis cuidando do filho que apresenta falha de memória, dificuldades na articulação de palavras e não pode descuidar das sessões de fisioterapia, passou a ser a tarefa mais importante da vida de Hermano. Luca, Hope e Phoebe,seus filhos, passaram a ser criados pela mãe do cantor dona Maria Tereza. 
        O irmão Helder virou o anjo da guarda que escolta o músico a todos os lugares. 69 anos, o pai do cantor, também tomou para si a tarefa de batalhar publicamente pela liberação das pesquisas unindo assim ao Movimento em Prol da Vida (Movitae), a associação de pacientes fundada há alguns anos. Herbert firma-se no Brasil como o grande defensor da bandeira das células-tronco. ''Confio na inteligência, no compromisso social e na flexibilidade política de nossos representantes'', afirma. Ao emprestar sua popularidade à causa, Herbert renova as esperanças de milhares de pacientes sem vez nem voz. Contribui também para reduzir a desinformação que cerca o tema. 

''Perdi Lucy, a memória e o movimento. Espero que milhões de
brasileiros como eu recuperem a vida ativa. Células-tronco, já''
HERBERT VIANNA, líder dos Paralamas do Sucesso.

''Procuro nas células-tronco uma luz no fim do túnel para meu filho e para muitos outros brasileiros. Em vez de ir para o lixo, os embriões podem servir à pesquisa e renovar esperanças. Desde o acidente, todos na família deixaram seus afazeres para cuidar de Herbert. Apesar disso, a vida dele é muito solitária. A volta ao trabalho é um grande lenitivo para compensar a perda lamentável da esposa e dos movimentos. A cadeira dificulta a movimentação nos palcos, mas ele reage bem. Há poucos dias confessou que isso permite captar melhor a reação do público. ''


Hermano Paes Vianna- Pai de Hebert Vianna

  

        O material que interessa a ciência é o blastocisto, um aglomerado sem forma definida de cerca de 200 células, disponível cinco dias depois da fecundação. Mede meio milímetro.
Existem milhões de blastocistos estocados nas clínicas de fertilização, muitos terão como destino o lixo, se houvesse consentimento dos casais, eles poderiam ser utilizados como fins de pesquisa. Nesse estágio de desenvolvimento (cinco dias), o embrião ainda estaria longe de ser uma vida, mesmo se estivesse dentro de um corpo feminino. Nessa fase, uma pequena parcela desses aglomerados chega a se fixar na parede do útero e se desenvolver a ponto de se transformar num feto. A maioria é eliminada na menstruação, sem que ninguém perceba.              Uma mulher jovem que não toma anticoncepcionais tem em média um óvulo fecundado a cada três relações sexuais. Mas pode esperar anos até que um desses óvulos gere uma gravidez - como bem sabem os casais que se submetem a tratamentos de fertilidade.   


Questão de fé

        Para os judeus a vida só começa quando o embrião se agarra ao útero. Entre os evangélicos, há duas correntes principais: uma apóia as pesquisas com embriões porque considera que a vida só começa a partir da formação do sistema nervoso, cerca de duas semanas após a concepção. Outra defende a preservação do embrião desde o encontro do espermatozóide com o óvulo, posição idêntica à da Igreja Católica.
        Convicções religiosas fazem sentido apenas para quem acredita nelas. É evidente que os fiéis não devem ser obrigados a usufruir terapias criadas a partir de células embrionárias, o que representaria uma brutal violação de seus valores (por essa mesma razão Testemunhas de Jeová se recusam a receber transfusões de sangue). Mas, por outro lado, também não é justo que queiram impor crenças e obstruir pesquisas em um Estado laico. Ao seguir a lógica de que curar cabe apenas a Deus, a Igreja se opôs, ao longo da História, a vários avanços da Medicina. Foi contra as pesquisas com cadáveres, os transplantes de órgãos e a fertilização in vitro. Como a sociedade não aceitou essas proibições, a Igreja foi ''se esquecendo'' delas, e hoje mesmo os membros do clero se beneficiam dos recursos da Ciência. Resta saber quanto tempo isso vai demorar em relação às células-tronco.

Christopher Reeve - O eterno Super Homem.
        O ator Christopher Reeve, que morreu nove anos depois de ficar tetraplégico em um acidente quando andava a cavalo, trabalhou incansavelmente para promover avanços na medicina, especialmente na polêmica área de pesquisa com células-tronco, que virou tema de campanha eleitoral este ano nos Estados Unidos.
        Reeve apoiava o uso da tecnologia da clonagem para criar células-tronco e o uso de embriões congelados que seriam descartados por clínicas de fertilização.



E você, o que pensa sobre tudo isso?


  

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