Noções introdutórias sobre as células tronco

        O presente trabalho acadêmico tem como objetivo informar sobre as atuais pesquisas sobre células tronco, bem como as discussões que envolve o tema. Trata-se de um trabalho referente à disciplina Histologia e Embriologia Humana pela FAINOR, matéria esta, ministrada pelo professor Doutor Iolando Fagundes, como resultado parcial para obtenção de nota na III unidade do curso de Odontologia Vespertino.

        Células-tronco são células indiferenciadas retiradas da blástula. Por serem indiferenciadas, tem a capacidade de se transformar em qualquer tecido humano. Uma série de discussões foram polemizadas a partir de dois ângulos de divisão: o ponto de vista religioso que argumenta a interrupção de uma nova vida, representando assim o "aborto" e o ponto de vista cientifico que argumenta que ainda não há uma nova vida gerada. O blog tem como finalidade promover uma visão ampla sobre o tão polêmico assunto alem de publicar avanços no estudo das células tronco e os benefícios decorrentes desses estudos.

        A Lei de Biossegurança, n° 11.105, de 24.03.2005, estabeleceu normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre o que especifica o art. 1° da referida lei, dessa forma, a discussão sobre células tronco saiu da escuridão e foi normatizada trazendo esperança àqueles seres humanos que dependem de pesquisas sobre este tema.

        O que é célula-tronco? É um tipo de célula que pode se diferenciar e constituir diferentes tecidos no organismo. Esta é uma capacidade especial, porque as demais células geralmente só podem fazer parte de um tecido específico (por exemplo: células da pele só podem constituir a pele). Outra capacidade especial das células-tronco é a auto-replicação, ou seja, elas podem gerar cópias idênticas de si mesmas.Por causa destas duas capacidades, as células-tronco são objeto de intensas pesquisas hoje, pois poderiam no futuro funcionar como células substitutas em tecidos lesionados ou doentes, como nos casos de Alzheimer, Parkinson e doenças neuromusculares em geral, ou ainda no lugar de células que o organismo deixa de produzir por alguma deficiência, como no caso de diabetes.

        As células-tronco são classificadas como: Totipotentes ou embrionárias - São as que conseguem se diferenciar em todos os 216 tecidos (inclusive a placenta e anexos embrionários) que formam o corpo humano. Pluripotentes ou multipotentes - São as que conseguem se diferenciar em quase todos os tecidos humanos, menos placenta e anexos embrionários. Alguns trabalhos classificam as multipotentes como aquelas com capacidade de formar um número menor de tecidos do que as pluripotentes, enquanto outros acham que as duas definições são sinônimas. Oligopotentes - Aquelas que conseguem diferenciar-se em poucos tecidos. Unipotentes - As que conseguem diferenciar-se em um único tecido.

        Quais as funções naturais das células-tronco no corpo humano? Elas funcionam como células curingas, ou seja, teriam a função de ajudar no reparo de uma lesão. As células-tronco da medula óssea, especialmente, têm uma função importante: regenerar o sangue, porque as células sangüíneas se renovam constantemente.

        Onde ficam as células-tronco? As células-tronco totipotentes e pluripotentes (ou multipotentes) só são encontradas nos embriões. As totipotentes são aquelas presentes nas primeiras fases da divisão, quando o embrião tem até 16 - 32 células (até três ou quatro dias de vida). As pluripotentes ou multipotentes surgem quando o embrião atinge a fase de blastocisto (a partir de 32 -64 células, aproximadamente a partir do 5.o dia de vida) - as células internas do blastocisto são pluripotentes enquanto as células da membrana externa do blastocisto destinam-se a produzir a placenta e as membranas embrionárias. As células-tronco oligopotentes ainda são objeto de pesquisas, mas podemos dizer como exemplo que são encontradas no trato intestinal. As unipotentes estão presentes no tecido cerebral adulto e na próstata, por exemplo. O que torna a célula-tronco capaz de formar um tecido ou outro? A ordem ou comando que determina, durante o desenvolvimento do embrião humano, que uma célula-tronco pluripotente se diferencie em um tecido específico, como fígado, osso, sangue etc, ainda é um mistério que está sendo objeto de inúmeras pesquisas.

        O que é terapia com células-tronco? É uma terapia celular para tratar doenças e lesões através da substituição de tecidos doentes por células saudáveis. Por exemplo, o transplante de medula óssea para tratar pacientes com leucemia é um método de terapia celular já conhecido e comprovadamente eficiente. A medula óssea do doador contém células-tronco sangüíneas que vão fabricar novas células sangüíneas sadias. A terapia com células-tronco poderá no futuro tratar muitas doenças degenerativas, hoje incuráveis, causadas pela morte prematura ou mau-funcionamento de tecidos, células ou órgãos. Como exemplo, podemos citar as doenças neuromusculares, diabetes, doenças renais, cardíacas ou hepáticas. Para isso, estão sendo feitas inúmeras pesquisas no mundo todo para descobrir como fazer as células-tronco se diferenciarem no tecido que está doente.

Brasil aprova pesquisas com células-tronco embrionárias



Por seis votos contra cinco, o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou as pesquisas científicas com células-tronco embrionárias sem nenhuma restrição, como previsto na Lei de Biossegurança.
Mesmo antes do fim do julgamento, grupos favoráveis às pesquisas e vítimas de doenças degenerativas comemoraram o resultado. Uma das maiores defensoras das pesquisas com células-tronco embrionárias, a geneticista Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo (USP), diz que vai dedicar as pesquisas com corpo e alma.


Células tronco: o inicio de uma vida recuperada ou o fim de uma vida perdida ?

Tão delicada como as pessoas que necessitam das células tronco para recuperação de seus movimentos, sequelas deixadas por diversos acidentes, é a posição, ou melhor, a divisão por conclusões se isto se trata de uma beneficio, ou um crime.
Tudo gira em torno da palavra vida, mas afinal o que é vida? Durante muito tempo, vários filósofos viveram em prol desta incansável pergunta, e hoje nos resumimos a dizer que vida é vida, e acabou.
Vida é quando o espermatozóide encontra-se com o óvulo? Então é correto dizer que parte do ser humano morre nos primeiros dias, pois é comum o embrião não conseguir fixar na parede do útero, sendo assim expelido pelo corpo. Ou será que vida é no segundo mês de gestação, já que é neste, que começam as atividades cerebrais. Vida é quando uma criança é retirada do útero da mãe? Ou simplesmente quando vamos crescendo e desenvolvendo habilidades como fala, gestos, andar, etc.
Enfim, para a religião, a vida se resume no momento da fecundação, não há distinção entre um feto, uma criança de 2 anos ou um idoso de 99. Mas a ciência caminha em um infinito trajeto, sempre em busca de evoluções, técnicas, procuras. Porém chegar cada vez mais perto do que é divino pode ser um tanto quanto perigoso. 
As células tronco tem sido a esperança de muitas pessoas, que sofreram lesões, e acreditam na ciência, mantendo assim viva a expectativa de um dia recuperar o que lhe foi perdido. Será justo resumir essas pessoas a limitações, sendo que a ciência tem suporte suficiente para esta tal recuperação?
Pela lei para se falar em aborto é necessário, “a priori” de um útero humano e existir nele um ovo ou zigoto, com vida. O embrião ou óvulo fecundado pelo espermatozóide in vitro ao ser usado não se comete aborto porque a Jurisprudência diz que é necessário à prova de gravidez da mulher e o “vitro” não é útero humano. Então o embrião, como produto da fertilização do óvulo “in vitro” pode ser usado, para fins de pesquisa e de cura de doenças sem se cometer crime algum.
        O fato é que é difícil responder ao certo o que vem a ser vida, já que somos seres humanos distintos, com pensamentos, princípios e conceitos totalmente diferentes. E esta parece ser uma eterna luta entre a ciência e religião. Ficando assim a critério de cada um concluir ao certo se isto é um crime ou uma evolução, e mais uma vez voltamos à pergunta do inicio do texto, células tronco, beneficio, ou um crime?



"Terapia com células tronco ainda não é uma realidade!"


        A reportagem abaixo relata uma entrevista com o neurocientista Hans Keirstead criador do tratamento no Rio de Janeiro, mostrando sua concepção em relação a  terapia com células tronco,onde apresenta idéias como  as impossibilidades enfrentadas por pessoas que obtém lesão na medula espinhal,dentre outras limitações, e chega a expor que existe muita esperança e muito pouco conhecimento sobre como transformar as descobertas em um possível tratamento.Afirma também que este tratamento encontra-se um pouco distante dos tempos atuais,sendo estes ensaios para uma futura concretização da tão sonhada recuperação.
Confira melhor na reportagem a seguir:




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